A flor Mburukujá dos Guaranis
- Sylvia Dreher
- 31 de out. de 2022
- 1 min de leitura

Mburukujá era uma formosa donzela espanhola que havia chegado às terras dos Guaranis acompanhando seu pai, um capitão do exército da coroa.
Mburukujá não era seu nome cristão, mas o carinhoso apelido que havia sido dado por um aborígene guarani a quem ela amava em segredo e com quem se encontrava escondido, pois seu pai jamais teria aprovado essa relação.
Na verdade, seu pai já havia decidido que ela se casasse com um capitão que acreditava ser digno de obter a mão de sua única filha.
A donzela chorou desconsolada, tratando de comover o inflexível coração do pai, mas o velho capitão não só confirmou sua decisão; além disso, informou que ela deveria ficar confinada em casa até a celebração das bodas.
A doce menina consumiu-se de tristeza. Sua pele, outrora branca e brilhante como as primeiras neves, tornou-se cinza e opaca. Seus lábios vermelhos que antes costumavam sorrir se fecharam completamente.
Um dia a menina descobriu que seu amado havia sido assassinado pelo capitão que havia descoberto o oculto romance de sua filha.
Enlouquecida de dor abriu uma cova com suas próprias mãos, e depois de depositar o corpo de seu amado, deu fim a sua própria vida.
Uma estranha flor brotou do coração de Mburukujá e até hoje os Guaranis têm utilizado essa planta para elaborar cataplasmas para tratar queimaduras, feridas e inflamações.
A flor que nasce na primavera contém compostos que lhe outorgam propriedades analgésicas -acalma a dor-, ansiolíticas -acalma a ansiedade-, e pode ser usada como sedativo hipnótico suave, bem como aplicá-la para melhorar a hipertensão arterial.
O bloco 11 do Projeto Blumen é a flor Mburukujá!
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